Assim como eu, creio que vocês devem ter vivido situações na infância que ficaram muito marcados na memória. Uma perda de pessoas queridas, de animais de estimação, de território (uma mudança de casa, de escola, ou até de quarto), uma surra, um tombo, ou seja, qualquer evento que tenha deixado lembranças não muito boas guardadas em nosso coração ou na nossa mente.
E, por mais que tentemos enxergar isso de forma consciente, nem sempre conseguimos mudar nosso padrão mental e emocional acerca dos resultados que esse evento trouxe. Crenças arraigadas
Muitos medos, crenças limitadoras como de não merecimento, de não ser bom o suficiente, de não ser capaz de executar algo ou mesmo de concretizar sonhos, muitas críticas e julgamentos.
Algumas questões já nascem conosco porque nossa mãe, durante a gravidez, passou por desafios que não sabia lidar e nós, em nossa “simbiose amniótica” absorvemos como se fôssemos o protagonista daquele conflito.
Isso se pararmos por aqui, porque trazemos muitos padrões que estavam arraigados em nossos antepassados, mas se formos abordar isso este texto seria muito longo e muitos, só de ver sua extensão, já desistiriam no primeiro parágrafo. Autorresponsabilidade
Pois bem, o objetivo deste texto é resgatar nossa autorresponsabilidade na mudança desses padrões e não para achar um culpado sobre eles.
Se você já é pai/mãe, sabe muito bem que por mais que queiramos o melhor para nossos filhos, nem sempre acertamos, porque as percepções são diferentes por todos aqueles motivos que já tenho falado aqui, como idade, etnia, religião, gênero, lateralidade cortical, etc.
Então te pergunto: “você acha que seus pais eram diferentes ou não passaram por isso que estamos passando?”, as vezes até de uma forma muito mais sofrida.
A diferença é que hoje temos mais informações e conhecimento, o que nos aumenta ainda mais a responsabilidade de transformar o modo de ver o mundo e a realidade.
Nossos pais fizeram o melhor que podiam com o recurso que tinham e nós também estamos fazendo.
Então, como seria pegar esses nossos medos, essas nossas crenças limitantes e começar a olhá-las com mais critério, mais compreensão e, por que não dizer, mais compaixão.
Contextualiza-las na nossa realidade, ver o que ainda faz sentido ou já perdeu sua finalidade.
O acolhimento
As vezes precisaremos trazer nossa “criança interior”, colocá-la em nosso colo, acolhê-la e simplesmente dizer que está tudo bem, que o que a amedrontava não é mais ameaça.
Que aquelas palavras ouvidas na infância era um ponto de vista do adulto que as emitiu e não uma verdade concreta.
Que muitas situações ocorreram porque nossos pais estavam com algum problema e não sabiam lidar com isso, seja por desespero ou imaturidade emocional descontaram, injustamente, no primeiro que estava na frente, e talvez fosse você.
Que ela foi apenas uma vítima das circunstâncias, mas agora, o seu “Eu adulto” pode protegê-la e ensiná-la a olhar para a frente e seguir seu caminho entendendo que hoje é um novo dia, uma nova realidade.
A ressignificação
Tenho atendido muitas pessoas que trazem dores muito profundas por questões como essas, mas quando trabalhamos o trauma e conseguimos desassociar o indivíduo daquela situação, muitas vezes ao tentar lembrá-la nem é mais possível, porque a emoção a qual estava vinculada foi dissolvida.
Então, como você está tratando sua criança interior? Você tem se perdoado por coisas que fez na sua imaturidade e inexperiência?
Quando começar a pensar em tudo o que lhe traz culpa da sua infância, lembre-se, você era uma criança, apenas uma criança.
Acolha-se! Perdoe-se! Aceite-se!
Se você não recebeu a atenção e o carinho que queria na sua infância, está na hora de se olhar no espelho e dizer para sua criança: SINTO MUITO, ME PERDOE, TE AMO, SOU GRATO!
Se precisar de ajuda, procure um terapeuta, com certeza ele terá inúmeras ferramentas para te ajudar a se reconectar com sua criança interior e trazer mais leveza e prosperidade para sua vida.
Feliz dia das Crianças. outubro/2020
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